quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

jean gabin les misérables (1957)


“OS MISERÁVEIS” vistos pelo cinema - 5ª sessão

 
 
07.03.2013 (21,30 horas )
Sede da Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII
  
OS MISERÁVEIS / Título original: Les Misérables / Realizador: Raymond Bernard (França, 1934); Argumento: Raymond Bernard, André Lang, segundo romance de Victor Hugo; Intérpretes: Harry Baur (Jean Valjean / Champmathieu), Charles Vanel (Inspector Javert), Paul Azaïs (Grantaire), Max Dearly (M. Gillenormand), Charles Dullin (Thénardier), Émile Genevois (Gavroche), etc. Duração: 281 minutos; M/ 12 anos; Língua inglesa, com legendas em inglês.      
  
 

“OS MISERÁVEIS” vistos pelo cinema - 4ª sessão


 






28.02.2013 (17,00 horas)

Auditório da Biblioteca Museu República e Resistência

 
OS MISERÁVEIS / Título original: Les Miserables / Realizador: Lewis Milestone (EUA, 1952); Argumento: Richard Murphy, segundo romance de Victor Hugo; Intérpretes: Michael Rennie (Jean Valjean), Debra Paget (Cosette), Robert Newton (Etienne Javert), Edmund Gwenn (Bispo Courbet), Sylvia Sidney (Fantine), Cameron Mitchell (Marius), Elsa Lanchester (Madame Magloire), James Robertson Justice (Robert), etc. Duração: 105 minutos; M/ 12 anos; Língua inglesa, com legendas em francês, espanhol ou inglês
 
 
  

“OS MISERÁVEIS” vistos pelo cinema - 3ª sessão





    
 
21.02.2013 (17,00 horas )
Auditório da Biblioteca Museu República e Resistência

 
LES MISERABLES / Título original: Les Misérables / Realizador: Richard Boleslawski (EUA, 1935); Argumento: W.P. Lipscomb, segundo romance de Victor Hugo; Intérpretes: Fredric March (Jean Valjean / Champmathieu), Charles Laughton (Inspector Javert), Cedric Hardwicke (Bispo Bienvenu), Rochelle Hudson (Cosette), Florence Eldridge (Fantine), John Beal (Marius), Frances Drake (Eponine), Ferdinand Gottschalk (Thenardier), Jane Kerr (Madame Thenardier), etc. Duração: 108 minutos; M/ 12 anos; Língua inglesa, com legendas em francês, espanhol ou inglês.

“OS MISERÁVEIS” - 150 anos depois vistos pelo cinema





A SOCIEDADE PORTUGUESA DE ESTUDOS DO SÉCULO XVIII

E A BIBLIOTECA MUSEU REPÚBLICA E RESISTÊNCIA

Apresentam uma masterclass sobre


“OS MISERÁVEIS” NO CINEMA

dirigida por LAURO ANTÓNIO





“OS MISERÁVEIS” - 150 anos depois vistos pelo cinema


Em 1862, Victor Hugo escreveu “Os Miseráveis” que, desde então, se transformou num dos mais sólidos pilares da história da literatura mundial. Na altura em que se comemoram 150 anos sobre essa data, demonstrando a nunca perdida actualidade deste majestoso épico da condição humana, os ecrãs mundiais exibem a versão cinematográfica do musical que desde há décadas esgota os grandes palcos internacionais. Mas as versões cinematográficas de “Os Miseráveis” são inúmeras, desde a época do mudo, revelando que o interesse público por esta obra nunca abrandou, conhecendo-se dezenas de adaptações, das mais diversas origens.

Para celebrar a efeméride e mostrar o vigor e actualidade da mensagem de Victor Hugo, a Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII e a Biblioteca Museu República e Resistência organizam uma masterclass cinematográfica, durante a qual se irão apreciar e discutir algumas das mais célebres versões da obra de Hugo, desde a mais antiga a merecer ser recuperada, a versão de Raymond Bernard (1934), com Harry Baur e Charles Vanel, até à recente versão de Tom Hooper (2012), com Hugh Jackman e Russell Crowe. Pelo meio, poderemos confrontar-nos com obras de Richard Boleslawski (1935), com Fredric March e Charles Laughton; de Lewis Milestone (1952), com Michael Rennie e Robert Newton; de de Jean-Paul Le Chanois (1958), com Jean Gabin, e Bernard Blier; de Marcel Bluwal (1972), com Georges Géret e Bernard Fresson; de Glenn Jordan (1978), com Richard Jordan e Anthony Perkins; de Robert Hossein (1982), com Lino Ventura e Michel Bouquet; de Claude Lelouch (1995), com Jean-Paul Belmondo e Philippe Khorsand; de Josée Dayan (2000), com Gérard Depardieu e John Malkovich; ou de Bille August (1998), com Liam Neeson e Geoffrey Rush. Será altura ainda para descobrir um espectáculo teatral, “Tempête sous un crâne”, registo vídeo de Jérémie Cuvillier de uma surpreendente encenação de Jean Bellorini (França, 2011), adaptando Os Miseráveis a palco, bem assim como dois concertos comemorativos do 10º e 25º aniversário da carreira do musical em palcos londrinos e mundiais.

Majestosa panorâmica social das transformações da sociedade francesa (e europeia) durante a primeira metade do século XIX, em grande parte derivadas das revoluções operadas durante o século XVIII, as diferentes visões cinematográficas de “Os Miseráveis” permitem descortinar curiosas e diversificadas perspectivas sociais e políticas e variadas opções estéticas, num fascinante exercício de múltiplas leituras. (Lauro António)


Victor Hugo – 1802 – 1886

Victor Hugo viveu o tempo revolucionário e anti-revolucionário entre o Império de Napoleão (1804-1814) e a sua queda (1814-1815), a Restauração com Luis XVIII (1815-1824), a sucessão e abdicaçao de Carlos X (1824-1830) e a nomeação pela Assembleia Nacional de Luís Felipe (1773-1850) durante a crise de 1830. Oriundo de um ramo da nobreza de tendência mais liberal, Luís Filipe era duque de Orléans e duque de Valois, depois duque de Chartres, foi o último rei da França de 1830 a 1848, sendo cognominado o "Rei Burguês" ou "Rei Cidadão", tendo abdicado durante a Revolução de1848 – que deu origem à Segunda República Francesa. No entanto, enfrentou a primeira crise política em 1832 por ocasião da morte e do funeral do general Lamarque (1770-1832) entre 5 e 6 de Junho de 1832. O cortejo fúnebre congregou militares, estudantes, refugiados, num movimento de inspiração  republicana na vigência de um  regime de monarquia liberal. Lamarque tinha sido um dos generais franceses que participara nos exércitos da Revolução e do Império. O seu pai fora deputado nos Estados Gerais de 1789 e fizera o Juramento do Jogo da Pela. Lamarque tornara-se um símbolo popular e republicano. O seu enterro foi pretexto para a insurreição republicana de 1832, exterminada violentamente pelo exército, como Victor Hugo fixou num dos capítulos mais emotivos dos MISERAVEIS. A magnitude da revolta pode ter levado mesmo Louis-Philippe a considerar a possibilidade de abandonar Paris.

Em 1830-32 Victor Hugo tinha entre os 28 e os 30 anos de idade. Mas LES MISERABLES  só foi publicado em 1862, quando Victor Hugo já tinha 60 anos e a França e toda a Europa tinham passado por profundas crises económicas e políticas.   O livro Les Misérables foi publicado em 3 de Abril de 1862 simultaneamente em Leipzig, Bruxelas, Budapeste, Milão, Roterdão Varsóvia e Paris. Aqui foram vendidos 7 mil exemplares em 24 horas. Victor Hugo era a essa época um autor consagrado – que de forma romanceada percorrera a História da França e da política europeia através de uma literatura simultaneamente emotiva e filosófica. Aliás,  envolveu-se em política durante toda a sua vida, conhecendo bem os movimentos que estavam a mexer com a sociedade. Para lá da barricada da Porta de S. Dinis em 1832, o romance OS MISERAVEIS retrata as questões sociais e filosóficas que brotam das próprias dificuldades desses anos e dos seguintes – entre as misérias económicas e morais e as experiências políticas que devem resolver a crise das revoltas camponesas, a crise do trigo e da indústria, o “problema da batata” na Irlanda com repercussões em quase toda a Europa, as más colheitas de trigo, a redução da capacidade de consumo que levaria ao problema das indústrias, dos operários, até à exaltação especialmente dos mais jovens, à actuação de sociedades secretas e ao nascimento de algumas utopias. Introduz-nos claramente na problemática da Justiça e dos trabalhos forçados – que a França levará mais de um século a resolver. Nos MISERAVEIS se encontra o que Victor Hugo foi reflectindo através dos seus romances, oferecendo aos leitores páginas e páginas de episódios paralelos que são verdadeiras sínteses da História que a sua própria vida testemunhara. Essa história palpitante de vida e sofrimento deve ter sido o que justificou que no seu funeral houvesse um milhão de franceses a prestar-lhe homenagem.( Maria Helena Carvalho dos Santos).


07.02.2013 (21,30 horas)
Apresentação da iniciativa por Maria Helena Carvalho dos Santos
Victor Hugo, “Os Miseráveis”: do romance ao ecrã. Apresentação de Lauro António
Sede da Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII
Av. de Ceuta – Quinta do Cabrinha, nº1 r/c
TEL: 91 900 90 86 / 91 97 000 48